Em um cantinho encantado, em meio à vastidão azul do Oceano Pacífico, existe uma pequena e mágica ilha, chamada singularmente de “Bora Bora”, cujas águas límpidas e cristalinas são um autêntico refúgio natural para muitas formas de vida… Um verdadeiro paraíso dos mares tropicais!
De origem vulcânica e circundada por uma magnífica barreira de recifes de corais , a pequena “Bora Bora” parece resplandecer como um anel verde brilhante sobre o tapete azul escuro dessas águas marinhas de nós tão distantes…
Para muitos, talvez apenas um lindo sonho, perfumado de doce maresia,e enfeitado de conchas, algas e estrelas do mar!
E foi para lá que nos dirigimos, ansiosos e admirados, ainda em outubro do ano passado, após a nossa breve passagem pela misteriosa “Ilha da Páscoa”. Uma rota fantástica que nos levou à uma aventura inesquecível pelas ilhas que formam o belíssimo arquipélago da Polinésia Francesa. Com certeza, uma experiência para se guardar no lado mais bonito do nosso coração…
Após um pernoite pela capital do Taiti, a agitada cidade de “Papeete”, aterrizamos tranquilos numa ilhota de solo duro e arenoso onde fica o aeroporto e tomamos logo um grande e moderno barco, que nos levaria ao coração dessa pequena ilha encantada. A paisagem de praias e águas em muitos tons de azuis e verdes, extremamente cristalinas, já encantando a alma da gente…. Parecia mesmo que estávamos chegando numa ilha mágica!
Nosso primeiro destino, a pousada “Bungalove”, nos acenava de forma curiosa, e ao mesmo tempo , misteriosa e romântica…
Estávamos tão longe de casa… Cansados da longa viagem e ainda com muito sono…Será que toda aquela paisagem maravilhosa e serena era mesmo real ou apenas seria tudo uma miragem da nossa imaginação de inexperientes “navegantes”?
Já havia muitos anos que planejávamos essa viagem e estávamos emocionados… Afinal, apesar de todas as dificuldades e de tantos anos de espera, estávamos conseguindo realizar mais este lindo sonho, tendo para isso, de cruzar um vasto oceano, do outro lado do nosso continente…Mas certamente, valeria à pena!!!
Então, foi só chegar naquele recanto paradisíaco do mundo para esquecermos do cansaço do corpo e da alma da gente… Era tudo tão bonito e repleto de uma paz imensa… Melhor do que imaginamos!
E para o nosso encanto, a paisagem do “quintal” da pousada, se espalhava entre um pequeno jardim tropical pela frente e o mar atrás…Uma harmonia de formas e cores que fez os nossos olhos sorrirem de alegria e o corpo se renovar com uma boa dose de energia… Impossível não nos sentirmos “em casa”!
E para festejar a nossa chegada àquele pequeno paraíso esquecido do mundo, um arco-íris iluminou o céu de repente… Para nós, era mais do que isso…Um carinhoso presente, feito de pequeninas e milagrosas gotas d’agua coloridas de bênçãos!
Para aumentar o meu terno deslumbramento, fui encontrando centenas de hibiscos floridos por todo o lugar dessa encantadora ilha…
Vermelhos intensos, amarelos iluminados e cor de rosas suaves…Que delícia encontrar essas minhas amadas flores por todo o caminho!
Com certeza, as flores de hibiscos são mesmo a alma dos jardins da Polinésia… E do meu pequenino jardim brasileiro também! (Rs…)
E como expressar a sensação que tivemos naquele admirável lugar, ao acordarmos pela manhã e encontrarmos o mar se derramando pelo horizonte de nossa janela do quarto?
Um sentimento de gratidão sempre me inunda o coração até hoje, quando me lembro daquele perfumado quarto de brisa do mar…
Nas minhas queridas lembranças que trouxe de lá, também ficou a imagem da cadela “Pastora Alemã” que pertencia aos donos da pousada, e que adorava pescar…
Sim, ela ficava sempre uma boa parte do dia dentro da água, à espera de um peixinho distraído que passasse pela praia de lá… (Rs…)
Até ficou amiga da gente… Linda e carinhosa demais!!!
E a nossa “varanda” naqueles dias, naquele cantinho generoso da Polinésia, era emoldurada pelo grande mar…
Um lugar para relaxar, esquecer os problemas do mundo e sonhar…
É tão bom estar num lugar como este!
No quarto em que dormimos, a presença dos hibiscos e o retrato pintado dessa pequena ilha, nos lembravam todas as manhãs que estávamos acordando num pedacinho do paraíso…
À noite, o chuveiro, à céu aberto, nos mostravam um céu muito limpo e a lua cheia… Um verdadeiro “banho de estrelas”!
Todas as manhãs, no jardim, o perfume adocicado de várias flores inebriava os nossos sentidos e se misturava ao cheiro de marezia da brisa marítima…
Enquanto no laguinho de pedras, as vistosas flores aquáticas se abriam aos primeiros raios de sol…
Pétalas de pura poesia festejavam sempre a chegada de um novo dia!
Muitas vezes, na beira de uma praia, encontrávamos o solo duro aos nossos pés, com seu tapete calcáreo feito de pedras e milhares de pedaços de corais e conchas…
Mas no mar, sempre havia a beleza suave e tranquila de águas tingidas por mil tons de verdes e azuis, que afagava o nosso espírito e o corpo salpicado de sal, com seu doce carinho e o vai e vem das águas…
Então, naqueles dias, estar em “Bora Bora” significava estar distante da turbulência dos continentes, da tirania do relógio e não ter pressa para nada, a não ser para aprender à escutar o ritmo das marés e saber apreciar a natureza deslumbrante deste precioso lugar…
E passar os dias navegando em algum barco , descobrindo ilhas e “motus” (ilhotas), através da imensa e formosa laguna de águas transparentes e estar em pleno mar, em meio aos seus admiráveis peixes coloridos, arraias e até pequenos tubarões… Maravilhosas criaturas desse pequeno paraíso!
E quem sabe um dia, desvendar o segredo do jeito polinésio de ser, que por séculos vivendo os desafios da natureza, entre tempestades imensas e vulcões fulmegantes, aprenderam a conviver e desfrutar do melhor que o mundo natural pode oferecer…
Aprendendo à escutar as canções ancestrais que vêm dos ventos e das ondas do grande oceano, e que “falam” de um viver a vida com mais leveza, simplicidade e paz…
Hoje, para mim, do lado ocidental desse nosso Atlântico oceano, resgatar essas doces memórias, soa mais do que um “reviver” de um sonho. Na realidade, são lembranças tecidas de pura alegria, poesia e inspiração, na certeza de que a vida, e seus pequenos “paraísos” , sempre estarão vivos nos nossos corações, alimentando a nossa vontade humana de um dia encontrarmos o nosso melhor lugar… O nosso pequeno “paraíso pessoal”… Seja numa ilha perdida no meio do Oceano Pacífico, numa casinha na montanha, na varanda de um pequeno apartamento ou em qualquer outro lugar…
O mais importante talvez seja mesmo nunca desistirmos de nossos sonhos e lutarmos para manter viva a nossa maravilhosa capacidade de sonhar…
Nosso abraço grande e carinhoso no coração sonhador de todos vocês!!!
